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News / Oct 04, 2021

Hovione é o maior empregador privado de doutorados em Portugal

Jornal de Negócios, 4 outubro 2021

Guy Villax CEO da Hovione, multinacional farmacêutica | Hovione

A farmacêutica portuguesa é o único produtor mundial de um excipiente essencial para a produção do antiviral remdesivir, da Gilead Sciences, um dos medicamentos autorizados para o tratamento da covid-19. E tem mais de 500 patentes registadas.

 

A Hovione investiga e desenvolve novos processos químicos e dispositivos médicos e produz princípios ativos para a indústria farmacêutica mundial. “Hoje, somos o único produtor mundial de Captisol®, um excipiente essencial para a produção do antiviral remdesivir, da Gilead Sciences, um dos medicamentos autorizados para o tratamento da covid-19”, diz Guy Villax, CEO da Hovione. A empresa também desenvolveu e produz um em cada dois comprimidos dos antivirais que curam a hepatite C.

A Hovione exporta a produção das suas fábricas de Loures, Macau ou da Irlanda enquanto a quarta fábrica, nos Estados Unidos, suporta o mercado americano. Emprega cerca de duas mil pessoas, das quais 300 investigadores. “Somos o maior empregador privado de doutorados em Portugal. As excelentes universidades portuguesas permitem-nos recrutar grandes técnicos, pessoas com enorme potencial, embora o nosso recrutamento seja feito globalmente”, revela Guy Villax, filho de Ivan Villax, que, com a mulher Diane e dois compatriotas húngaros, fundou a Hovione em 1959.

 

A fábrica do Seixal

Em 2021, a Hovione vai continuar a crescer e a aumentar a sua presença nas principais geografias, garante Guy Villax, referindo que, em 2019, a empresa faturou 150 milhões de euros e, em 2020, 192,5 milhões de dólares, excluída a faturação da operação internacional. “Temos vindo a crescer acima do mercado, graças ao nosso pipeline, que é muito forte em projetos de síntese química, design e engenharia de partículas. A nossa carteira de clientes e share of wallet está a crescer à medida que cada vez mais empresas farmacêuticas nos procuram para fazermos a transformação dos seus compostos químicos em produtos farmacêuticos”, explica Guy Villax.

A estratégia de crescimento passa pela construção de uma nova fábrica no Seixal. “Neste momento, a nossa equipa está a finalizar os estudos de engenharia de modo a iniciar a construção da fábrica rapidamente. Com este investimento, e com outros projetos de expansão planeados para Cork, na Irlanda, e para New Jersey, nos EUA, a Hovione pretende reforçar as atuais áreas de negócio e criar condições para se estabelecer em novos setores, utilizando tecnologias inovadoras para atender a novas modalidades terapêuticas e produzir através de processos de fabrico contínuo”, considera Guy Villax.

A Hovione tem, além das quatro fábricas, em Portugal, Estados Unidos da América, Irlanda e Macau, escritórios em Hong-Kong, Japão, Suíça e Índia. Segundo Guy Villax, “o negócio está bem distribuído. Não há nenhum cliente, nem produto, que chegue a 10% das vendas. Ainda assim, o maior mercado e o mais dinâmico, é dos Estados Unidos, que é também o nosso maior mercado. Nos últimos quatro anos a Hovione esteve envolvida em cerca de 10% dos novos medicamentos aprovados pela FDA (Food & Drug Administration)”.

 

500 patentes

A farmacêutica portuguesa tem uma posição de liderança em engenharia de partículas por ser fortemente diferenciadora e uma fonte de crescimento, com as outras áreas de negócio de síntese química e serviços de formulação também a crescer. “A Hovione decidiu o ano passado aumentar, ainda mais, o enfoque na investigação e inovação e comprometeu-se a fazê-lo através da colaboração com alguns dos melhores institutos e universidades do mundo. O anúncio da nova parceria com o iBET ilustra esse compromisso. A parceria com o iBET, e com outros institutos de estatura semelhante, permitirá criar novas soluções capacitadoras, combinando o conhecimento de ponta em química, ciência de materiais, tecnologias de formulação e fabricação, biologia e bioprocessamento e o mercado”, considerou Guy Villax.

Mas são as mais de 500 patentes registadas a nível mundial em 40 famílias distintas que ilustram o princípio de que as patentes são a “condição e garantia” para haver investimento em investigação. “Este é um dos indicadores que reflete a nossa pegada científica. Mas este currículo científico não nos torna complacentes, pelo contrário. A ciência anda muito depressa, como se viu agora com a vacina para a covid-19, e a Hovione investe milhões de euros todos os anos em I&D para não só acompanhar como até liderar algumas áreas, tal como a de engenharia de partículas”, conclui Guy Villax.

As empresas da Hovione são detidas em partes iguais pelos acionistas da segunda geração, os irmãos Peter, Guy, Sofia e Miguel. A terceira geração tem 16 membros, um dos quais já trabalha na Hovione, e a quarta geração dois membros.

Em 2020 a Hovione foi uma das doze vencedoras do Prémio Exportação e Internacionalização, uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Novo Banco em parceria com a Iberinform Portugal, tendo recebido o prémio setores estratégicos – Saúde.

10 porcento medicamentos aprovados pelo FDA sao da Hovione


 

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A farmacêutica portuguesa Hovione anunciou na quinta-feira que se tornou a primeira empresa em Macau a ser reconhecida como 'Top Employer', uma certificação atribuída pela excelência das práticas de gestão de pessoas. O diretor de recursos humanos da Hovione Macau, Douglas Lau, disse que esta distinção "é uma verdadeira conquista" e que "demonstra que as empresas em Macau podem oferecer o mesmo ambiente de trabalho de alta qualidade que em qualquer outro lugar do mundo". A certificação é "também mais uma demonstração de como a Hovione cria empregos que têm valor real tanto para os membros da nossa equipa como para a sociedade em geral", acrescentou, em comunicado. O responsável lembrou que a Hovione, que se estabeleceu em Macau em 1986, recebe hoje a medalha de Mérito Industrial e Comercial, atribuída pelo Governo local, nos 24 anos da Região Administrativa Especial chinesa. Em dezembro, o diretor-geral da empresa em Macau, Eddy Leong, disse à Lusa que a medalha concecida pelo Governo de Macau é "uma grande honra" e reflete a "longa e bem-sucedida" história da Hovione no território. Ao destacar a "equipa forte" dedicada "à investigação e à qualidade", com "diversos êxitos" obtidos, o chefe do Governo de Macau, Ho Iat Seng, referiu que a expansão do negócio da Hovione "no mercado asiático está já a aproveitar as oportunidades proporcionadas pelo desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau", contribuindo para o desenvolvimento da indústria de `big health` de Macau e a diversificação da economia, de acordo com uma nota oficial, divulgada em dezembro. A Zona de Cooperação Aprofundada, em Hengqin, é um projeto lançado por Pequim, em 2021, gerido conjuntamente pela província de Guangdong e Macau, com uma área de cerca de 106 quilómetros quadrados e uma população de mais de 53 mil habitantes. Fundada em 1959, a Hovione sublinhou ter recebido a certificação `Top Employer` pelo segundo ano consecutivo, nas outras três fábricas e laboratórios que opera em Portugal, na Irlanda e nos Estados Unidos. A farmacêutica foi uma das 49 empresas em Portugal a obter esta certificação do Top Employers Institute, uma entidade internacional que distingue e certifica, a nível global, as condições que as empresas criam para os seus trabalhadores.   Leia o artigo completo em RTP

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